A Petrobras anunciou um novo reajuste no preço dos combustíveis para as distribuidoras. A partir deste sábado, 21, o preço médio de venda da gasolina vai ser de R$ 2,81 por litro – uma redução de R$ 0,12 por litro. O diesel também sofre mudanças no preço: será vendido para as distribuidoras a R$ 4,05 por litro, um aumento de R$ 0,25 por litro. A parcela da Petrobras será, em média, de R$ 3,56 a cada litro vendido na bomba.
Segundo especialistas, a mudança tem impacto para além do preço do combustível na hora de abastecer, podendo gerar ‘pressão’ de custos para toda a economia de uma forma generalizada. Importante lembrar que esse não será o valor final pago pelos consumidores, já que nas bombas também há cobrança de impostos e outros fatores, como a margem de lucro de toda cadeia, por exemplo.
“Diversas atividades e produtos poderão ser impactados com esse reajuste, principalmente os transportes e fretes, que impactam na cadeia produtiva e aumenta o consumo de insumos e consequentemente o preço dos alimentos. O aumento impacta também os preços de passagens de transporte, gás de cozinha, entre outros. O reajuste no preço do diesel gera um impacto em grande parte da cadeia produtiva, pelo fato de 75% da produção brasileira ser transportada por meio do modal rodoviária”, explica explica Brendon Rodrigues, head de Inovação e Portfólio da ValeCard.
“O diesel tem impacto direto no custo de transporte, uma vez que a frota rodoviária de carga ela é basicamente movida a diesel. Então isso certamente impacta o preço e isso varia em função da relevância do transporte na composição do preço e da distância, ou seja, produtos mais pesados certamente consomem mais combustíveis, custam mais caros, produtos mais leves, ficam menos onerados”, explica Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec RJ.
Por outro lado, ele acrescenta, isso se aplica também em relação ao transporte urbano na medida em que ele é é movido também ao diesel, tendo impacto de eventuais reajustes de tarifa quando os contratos assim determinarem que sejam feitos.
Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação brasileira, também pode ter impactos, mas sem encarecer preços a longo prazo. “O impacto é positivo porque houve um corte da gasolina e, como a gasolina tem mais peso do que o diesel no número, então o mercado está fazendo revisões da inflação para baixo. E obviamente os principais setores que vão se beneficiar são aqueles que dependem de algum tipo de transporte, de frete”, avalia Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.
A queda é pequena, ele acrescenta, mas é ainda positiva, pois contribui de certa forma para a queda do preço de produtos de setores, principalmente voltados para alimentos, produtos, de maneira geral, que dependem do frete. E isso ajuda na ponta na redução de preços para o consumidor final, sem dúvidas.
No IPCA de setembro, o item combustíveis teve alta de 2,70%, acompanhado pelo óleo diesel (10,11%) e o gás veicular (0,66%), enquanto o preço do etanol caiu 0,62%. O acumulado do ano fechou em 5,19%, fora da meta buscada pelo Banco Central.
“O impacto no IPCA é positivo, inclusive várias casas já fizeram uma revisão do IPCA de 2023 para baixo. O impacto no IPCA está girando entre 0,10 e 0,20 pp para o número fechado em 2023. Isso quer dizer que a expectativa está entre 4,50 p.p. e 4,70 p.p. aproximadamente o número das previsões para o final do ano”, finaliza Jorge.
Gasolina e diesel tiveram queda de preços, diz ValeCard
Na terceira semana de outubro, os preços dos principais combustíveis veiculares usados no Brasil caíram. Enquanto o diesel apresentou leve queda de 0,24%, o litro da gasolina teve redução de 0,34% e o do etanol, de 0,29%. O combustível renovável foi, na semana passada, opção vantajosa financeiramente para veículos flex em 14 unidades da federação.
O preço do diesel nos postos de combustíveis apresentou leve queda de 0,24% no período de 13 a 19 de outubro, em comparação com a semana anterior (06 a 12 de outubro), com valor médio de R$ 6,349 por litro — variação negativa de R$ 0,015. As informações constam do levantamento exclusivo feito pela ValeCard, empresa especializada em soluções de mobilidade.
Os dados da ValeCard mostram que as unidades federativas que registraram a maior queda foram Bahia (-1,41%), Distrito Federal (-1,04%) e Espírito Santo (-0,83%).