A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu uma Consulta Pública nesta segunda-feira (29) para debater o uso da faixa de 6 GHz. Especificamente, a medida faria com que os equipamentos de Wi-Fi — que atualmente estão permitidos a operar entre 5.925 MHz e 7.125 MHz — tenham uso pleno limitado à faixa entre 5.925 MHz a 6.425 MHz.
Com a mudança, a parte superior da faixa, de 6.425 MHz até 7.125 MHz, poderia ser futuramente destinada a outros serviços de radiofrequência, como a telefonia móvel. Atualmente, a faixa em questão é utilizada pelo Wi-Fi 6E e Wi-Fi 7, que contam com o espectro adicional para reduzir o congestionamento de dispositivos conectados.
A Consulta Pública n.º 29, que trata o assunto, não tem o objetivo de restringir que toda a porção de 700 MHz da faixa seja usada para o Wi-Fi, conforme explicado por Vinícius Caram, superintendente de Outorgas, ao Tele.Sintese. Em vez disso, ela estabelece regras para sua coexistência com o Serviço Móvel Pessoal (SMP).
Isso significa que a tecnologia wireless não licenciada ainda poderá utilizar os 1.200 MHz da faixa de 6 GHz — especialmente em regiões onde o sinal de telefonia móvel não estiver presente.
Alguns equipamentos homologados no mercado nacional possuem suporte para atualização remota de firmware, portanto, não precisarão de substituição e poderão ser facilmente ajustados para operar sob regras definidas por localidade.
Caram reforça que a medida não impedirá a expansão dos provedores de internet. “Não estamos extinguindo nada do que já foi decidido, mas criando regras de convivência”. A consulta permanecerá aberta até 6 de agosto.
Cabe observar que esta é uma medida debatida em todo o mundo. Carlos Baigorri, presidente da Anatel, havia comentado previamente sobre a possibilidade de “reavaliar” o uso da faixa de 6 GHz no Brasil. O país, inclusive, chegou a entrar em uma lista de nações que estavam dispostas a “dividir” faixa entre a telefonia celular e o Wi-Fi.