Bruna Medeiros
A evolução do setor de rastreamento e gerenciamento de riscos exige, cada vez mais, um ambiente regulado, transparente e tecnicamente alinhado às demandas da sociedade e do mercado. Ao longo dos últimos anos, a GRISTEC tem atuado de maneira firme e institucional para garantir que os interesses do setor sejam ouvidos e considerados em decisões estratégicas, especialmente no cenário político-regulatório em Brasília.
Um exemplo claro dessa atuação é o acompanhamento criterioso da tramitação e regulamentação da Lei nº 14.967/2024, que institui o Estatuto da Segurança Privada. Aprovado no ano passado, esse novo marco legal atualiza profundamente a antiga legislação de 1983, ampliando definições, exigências e responsabilidades para diversos segmentos da segurança privada — incluindo, de forma mais evidente, empresas de rastreamento, monitoramento e gerenciamento de riscos.
É fundamental esclarecer que a GRISTEC não participa da redação ou aprovação do Estatuto, mas sim atua de forma proativa na disseminação de informações confiáveis, no apoio à formação de um entendimento técnico e jurídico do impacto da lei e na representação institucional dos associados junto a órgãos como Polícia Federal, Ministério da Justiça e Casa Civil.
Principais preocupações
Entre os pontos que mais preocupam o setor está a exigência de capital social mínimo, que no caso das empresas de gerenciamento de riscos em transporte de valores, bens e numerários, foi estabelecido em R$ 292 mil. Também destaca a fiscalização centralizada pela Polícia Federal, o que trará impacto direto às operações, exigindo maior conformidade e preparo técnico por parte das empresas.
Outra mudança significativa é a proibição da atuação de autônomos e cooperativas, o que demanda a revisão de estruturas operacionais e contratuais. Há ainda pontos em aberto na regulamentação, como a definição do que se entende por “bens e valores” ou “valor agregado”, o que pode incluir ou excluir determinadas operações de logística e transporte.
Importante notar que, se transcorrer da forma como está sendo desenhada, esta nova obrigatoriedade virá se somar a outras já em vigor no mercado, como a homologação destas junto à Fenseg, o que obrigaria as empresas do mercado a atender às obrigatoriedades Fenseg de forma concomitante com as exigências da Polícia Federal.
Momento de preparo
Por isso, a GRISTEC acredita que este é o momento de debate, preparação e mobilização setorial. Estamos promovendo reuniões técnicas, compartilhando pareceres especializados com nossos associados, apoiando iniciativas de parceiros e produzindo conteúdos exclusivos sobre os possíveis impactos da nova legislação.
Nosso papel é garantir que as empresas sérias estejam prontas para esse novo cenário e que a regulamentação seja equilibrada, combatendo a informalidade e valorizando quem atua com responsabilidade.
A GRISTEC segue firme no propósito de ser a ponte entre o mercado e o poder público, contribuindo para um ecossistema mais forte, seguro e justo. E reforçamos o convite: empresas que desejam participar ativamente desse processo e estar na linha de frente das decisões, que moldarão o futuro do setor, devem fazer parte da nossa associação.
Sobre Bruna Medeiros, Presidente da GRISTEC: Desde 2008 na Trans Sat Gerenciamento de Risco, em São José do Rio Preto, empresa criada por sua mãe, Rosângela Medeiros, em 2000.
No decorrer dos anos, Bruna passou por todas as áreas da empresa, o que trouxe muito conhecimento sobre as necessidades do mercado brasileiro de transporte de cargas e logística e, principalmente, sobre gerenciamento de riscos e seus desafios.
Assim, com o desejo de tornar o segmento mais forte e contribuir com a organização do setor para um mercado mais equilibrado e justo, Bruna passou a parte da GRISTEC, como Diretora de Gerenciamento de Riscos.
Em 2021, foi eleita presidente da entidade, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua do setor como um todo, sempre com foco em contribuir para o desenvolvimento e segurança de nosso país.
Para saber mais, acesse:
Minuta do Regulamento do Estatuto
Live com Dr. Campidelli, delegado responsável da Polícia Federal