Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento

NOTÍCIAS

Roubo de cargas acarreta prejuízo de R$ 1,2 bilhão e bate recorde no Brasil em 2024

Os roubos de caminhões de carga nas rodovias estão entre os principais desafios enfrentados pelo setor de transporte no Brasil e a situação está cada dia mais preocupante. Segundo dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), foram registrados 10.478 roubos de carga no País em 2024, causando prejuízos estimados em R$ 1,2 bilhão. Já de acordo com o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) o País registrou, em média, 27 roubos de carga por dia.

Em 2025, até o momento, o cenário é ainda mais grave que no ano passado. Segundo o relatório de Análise de Roubo de Cargas, realizado pela Nstech, plataforma de logística e mobilidade, este tipo de crime cresceu 24,8% no primeiro semestre deste ano.

Homem branco calvo de paletó preto, camisa branca e gravata vermelha
Daniel Pacheco Pontes – Foto: Arquivo Pessoal

Para o professor da Faculdade de Direito (FDRP) da USP em Ribeirão Preto Daniel Pacheco Pontes, o crescimento nos roubos de carga está ocorrendo porque “os criminosos perceberam que conseguem cometer esse tipo de crime com facilidade”. O professor diz que “o Brasil é um país muito grande, as rodovias passam por lugares que são escuros, desertos. O criminoso procura o que é mais fácil e com menos risco de ser pego e, infelizmente, crimes praticados na estrada são fáceis, dependendo do lugar onde eles são cometidos”. 

Mesmo com estradas mais movimentadas, a região Sudeste foi a região recordista no número de roubos de carga, avançando de 82,9% em 2023 para 83,6% em 2024. São Paulo totalizou 45,8% dos sinistros. Pacheco afirma que “mesmo aqui no Estado de São Paulo, que é bem policiado e tem rodovias movimentadas de boa qualidade, existem trechos desertos e de madrugada o roubo é mais fácil”.

Impacto econômico

A imagem mostra um homem adulto sorridente, de pele clara e cabelos curtos e escuros. Ele usa óculos de grau de armação fina, camisa clara e paletó escuro. O fundo está desfocado, com tons quentes
Luciano Nakabashi – Foto: CV Lattes

Segundo Luciano Nakabashi, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, esse fenômeno impacta a economia. “Para inserir um produto no mercado tem o custo de produção, o custo fiscal e outros custos decorrentes de roubos, por exemplo. Isso aumenta o preço final e quem paga é o consumidor.”

Os produtos mais visados pelos criminosos são do ramo alimentício e cargas fracionadas (mercadorias de diferentes segmentos transportadas no mesmo veículo), que somados correspondem a 72,5% dos roubos. Nakabashi aponta que a preferência por esse tipo de mercadoria acontece porque “nas cargas fracionadas há diversidade de produtos, além de muitas transportadoras conduzirem esse tipo de carga, então além da variedade existe também um grande volume, o que torna interessante para os criminosos”.

Já em relação aos alimentos, o professor Nakabashi afirma que “são fáceis de escoar e muito difícil de ter um rastreamento. Isso acaba facilitando bastante o roubo desse tipo de carga pois, além de existir uma facilidade na revenda e uma demanda bastante alta por alimentos, não há rastreamento”.

Os trechos urbanos foram os mais sensíveis para o transporte de gêneros alimentícios, concentrando 52,4% deste segmento. O município do Rio de Janeiro liderou o ranking de ocorrências, com 20,8% do prejuízo com carga alimentícia. Americana, em São Paulo, ficou em segundo lugar, com 11,2% dos sinistros. Entre as rodovias, a líder em sinistros foi a BR-153, conhecida como Rodovia Transbrasiliana ou Rodovia Belém-Brasília, com 11,4%. Além disso, as madrugadas foram o período mais crítico, com 42,9% das ocorrências. O dia mais vulnerável foi a quinta-feira (27,1% do prejuízo).

Nakabashi diz que, para que as empresas mitiguem os danos causados por esses crimes, é fundamental a contratação de seguros contra roubo. “É interessante porque, como é uma grande quantidade de caminhões, ela consegue saber qual é a probabilidade de ocorrência e assim colocar essa probabilidade no valor do seguro.” 

Legislação

Pacheco aponta como a legislação lida com esse tipo de ocorrência, “nesse caso há um crime de roubo, com a pena aumentada. O crime de roubo tem uma pena, que vai de quatro a dez anos, na modalidade simples, mas caso a carga seja de alto valor, como cargas de alta tecnologia e metais preciosos, pode entrar naquele roubo da vítima, que está no Serviço de Transporte de Valores (STV), que pode gerar um aumento de pena considerável, pode chegar até um terço”.

Por fim, o professor Pacheco afirma que “a medida mais importante sempre é a fiscalização”. Ele completa que, “muitas vezes, as pessoas têm a impressão de que aumentar as penas, tornar mais rigorosa a punição, vai inibir os criminosos. Mas isso não é o mais importante, é a fiscalização que gera a certeza de punição, identificar os pontos das rodovias mais vulneráveis e que têm maior número de ocorrências, e também os horários que têm maior número de crimes”.

Fonte: https://jornal.usp.br/atualidades/roubo-de-cargas-bate-recorde-em-2024-com-prejuizo-de-r-12-bilhao/

logo-gristec-branco.png

NEWSLETTER

Inscreva-se em nossa newsletter e fique atualizado sobre os últimas novidades do setor. Você pode se descadastrar a qualquer momento, clicando no link de descadastramento no rodapé do e-mail.

INSTITUCIONAL

SERVIÇOS

SOCIAL

Siga a GRISTEC nas redes sociais

Copyright © 2023 | GRISTEC – Tel.: (11) 3807-3397 – E-mail: contato@gristec.com.br

×