Seis meses depois de inaugurar o sistema de reconhecimento facial, o ‘Smart Sampa’, projeto de segurança pública de São Paulo, já levou à prisão 512 criminosos foragidos da Justiça.
Os dados são da Prefeitura e apontam ainda que mais de 1.700 pessoas foram presas em flagrante. O ‘Smart Samp’ é operado a partir de uma sala no centro da cidade, onde trabalham 400 agentes da Guarda Civil Metropolitana, da Defesa Civil, da CET e da Secretaria de Subprefeituras, e atua utilizando um banco de dados integrado com a Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Segundo os profissionais, o sistema, que usa mais de 23 mil câmeras instaladas em pontos de grande circulação pela cidade, tem também atuado para mostrar crimes em tempo real.
Assista à reportagem aqui: https://g1.globo.com/fantastico/video/sao-paulo-vigiada-sistema-de-cameras-e-com-uso-de-inteligencia-artificial-esta-ajudando-no-combate-ao-crime-13290267.ghtml
O Fantástico teve acesso a imagens de criminosos praticando furto, invasão de uma escola infantil e até utilizando veículos roubados.
A Prefeitura explica que, quando as câmeras captam algo suspeito ou alguém na lista de foragidos, a central recebe um alerta e repassa a informação à polícia, que aciona viaturas. E que o próximo passo é monitorar agressores de mulheres, se eles estiverem com tornozeleira eletrônica e houver medida protetiva.
O “Smart Sampa” custa cerca de R$ 10 milhões por mês. Para Alexandre Pacheco da Silva, professor da FGV, a medida é positiva, mas precisa de ajustes.
“Uma cidade com mais câmeras, câmeras utilizadas dentro de um protocolo muito bem estruturado, transparente e necessariamente monitorado, auditado, revisto por entidades da sociedade civil, eu diria que é uma política pública que pode obter resultados de segurança melhores. Mas o ‘Smart Sampa’ tem problemas sérios de transparência e ele não tem uma integração com entidades da sociedade civil, o que aumentaria o grau de confiança que o programa deveria, vamos dizer assim, suscitar. quem efetivamente está garantindo que há o descarte das imagens, ou que não há um compartilhamento indevido interno?”
A prefeitura argumenta que o projeto é acompanhado por um conselho, do qual a Controladoria Geral do Município faz parte.