O Brasil continua entre os países com os maiores índices de roubo de cargas no mundo. Segundo relatório da Overhaul, somente no primeiro trimestre de 2024, o país registrou mais de 4.700 ocorrências, sendo 80% concentradas na região Sudeste, com destaque para São Paulo. Os produtos mais visados incluem alimentos, bebidas e eletrônicos — alvos preferenciais dos criminosos pelas rotas previsíveis e baixo nível de proteção.
Essa realidade mostra que, para enfrentar o problema de forma eficaz, não basta mais reagir após o roubo acontecer. É preciso antecipar, prever, se adaptar — e para isso, dados e conectividade se tornam aliados estratégicos do setor de transporte e logística.
De tecnologia reativa para inteligência de prevenção
Até pouco tempo, o rastreamento de veículos era apenas uma tecnologia de localização. Hoje, com a expansão da conectividade e o uso de plataformas integradas, o setor evoluiu para um novo patamar: o da análise preditiva, da segurança ativa e da inteligência aplicada à prevenção de perdas.
A nstech, por exemplo, que monitora um grande volume de operações por meio das GRs BRK, Buonny e Opentech, identificou em seu relatório do 1º trimestre de 2025 uma redução de 19,5% na sinistralidade, mesmo com o aumento de 26% no volume de cargas gerenciadas. Esse resultado só foi possível graças à integração de dados em tempo real, IA, telemetria, sensores de violação e monitoramento preditivo.
A digitalização das rotas, o cruzamento de dados operacionais com fatores externos (como horário, região e tipo de produto), e a comunicação direta com motoristas permitiram uma abordagem mais inteligente e eficiente para mitigar riscos.
Onde, quando e como o crime atua
Com base nos relatórios da nstech, é possível traçar padrões claros:
- Região Sudeste ainda concentra 72% dos prejuízos por roubo, com São Paulo e Rio de Janeiro no topo da lista.
- Cargas fracionadas e alimentos lideram os prejuízos, representando juntos mais de 80% das perdas.
- Noite e início da manhã são os períodos mais críticos, especialmente às segundas e quintas-feiras.
- Rodovias como BR-116, BR-101 e BR-316 são os principais corredores de risco.
A CCI GR, por sua vez, reforça essa análise com um panorama mais amplo: o Brasil registra em média 40 ocorrências de roubo por dia, o que representa milhões em prejuízo logístico e impacto direto no preço final das mercadorias.
Dados que protegem e conectividade que transforma
Em um país de dimensões continentais, tecnologias de rastreamento não podem mais operar isoladamente. A era da conectividade com 4G e 5G, aliada ao avanço da Internet das Coisas (IoT), está transformando o gerenciamento de risco em um campo de decisões estratégicas e personalizadas.
A inteligência está nos dados: compreender onde, quando e como ocorrem os roubos permite reforçar rotas, ajustar janelas de transporte, evitar zonas de risco e tomar decisões baseadas em evidências.
O papel da GRISTEC
Como entidade representativa do setor, a GRISTEC tem atuado firmemente para fomentar o uso de tecnologias modernas e fortalecer o ecossistema de segurança logística.
O combate ao roubo de cargas exige ação conjunta, inovação e decisão com base em informação. Estamos em uma nova era — e nela, os dados e a conectividade são a maior carga que o transporte pode levar: a da inteligência.
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Sobre Bruna Medeiros, Presidente da GRISTEC: Desde 2008 na Trans Sat Gerenciamento de Risco, em São José do Rio Preto, empresa criada por sua mãe, Rosângela Medeiros, em 2000.
No decorrer dos anos, Bruna passou por todas as áreas da empresa, o que trouxe muito conhecimento sobre as necessidades do mercado brasileiro de transporte de cargas e logística e, principalmente, sobre gerenciamento de riscos e seus desafios.
Assim, com o desejo de tornar o segmento mais forte e contribuir com a organização do setor para um mercado mais equilibrado e justo, Bruna passou a parte da GRISTEC, como Diretora de Gerenciamento de Riscos.
Em 2021, foi eleita presidente da entidade, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua do setor como um todo, sempre com foco em contribuir para o desenvolvimento e segurança de nosso país.
Sobre a GRISTEC: A GRISTEC, Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento, é uma entidade patronal, fundada em 2005. Reúne empresas do setor de gerenciamento de riscos, rastreamento e telemetria, em todo o Brasil.