Por Bruna Medeiros, Presidente da GRISTEC

O setor de rastreamento e gerenciamento de riscos vive uma das maiores transformações de sua história. A combinação entre novas tecnologias, mudanças regulatórias e o avanço da criminalidade coloca o mercado diante de uma encruzilhada: ou evoluímos juntos, com profissionalismo, união e inovação, ou corremos o risco de ver o país perder competitividade e segurança em cadeias logísticas estratégicas.

Se 2025 foi o ano em que o Estatuto da Segurança Privada (Lei 14.967/2024) começou a redefinir o jogo, 2026 será o ano em que as empresas precisarão mostrar maturidade para atuar dentro das novas regras, adotando padrões técnicos mais rigorosos, práticas éticas sólidas e gestão baseada em dados.

A revolução dos dados e a nova fronteira do gerenciamento de riscos

O futuro do rastreamento não será apenas sobre “saber onde está” um veículo ou uma carga — mas entender o que os dados revelam sobre o comportamento, o risco e a eficiência operacional.

Com a expansão do 5G, da Internet das Coisas (IoT) e da inteligência artificial, o gerenciamento de riscos entra em uma era de predição.
Sensores mais inteligentes, algoritmos de machine learning e integração entre sistemas permitirão identificar ameaças antes que se concretizem, reduzindo perdas e otimizando custos.

Em 2026, veremos crescer o uso de análise preditiva aplicada a rotas logísticas, cruzamento de dados de comportamento de motoristas, manutenção preventiva de frotas e alertas automáticos de risco — tudo isso sustentado por plataformas cada vez mais seguras e interoperáveis.

O desafio, no entanto, é garantir a confiabilidade e a proteção desses dados.

Em um cenário de ameaças cibernéticas crescentes, a segurança da informação passa a ser tão estratégica quanto o rastreamento físico. As empresas que não investirem em sistemas seguros, governança digital e conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) estarão vulneráveis — em sua reputação e nas questões técnicas.

Um setor mais colaborativo e menos fragmentado

O futuro também exigirá algo que o mercado historicamente resistiu a fazer: colaborar. A fragmentação do setor ainda é um dos maiores entraves ao crescimento sustentável.

Muitas empresas operam isoladamente, sem padronização técnica ou compartilhamento de informações relevantes, o que dificulta a prevenção coletiva e reduz a eficiência do combate aos crimes que geram prejuízos bilionários ao país todos os anos.

A GRISTEC acredita que a cooperação é o novo diferencial competitivo.
Somente com união, diálogo e troca de experiências será possível fortalecer o ecossistema, combater a clandestinidade e promover a credibilidade das empresas sérias que investem em tecnologia e qualidade.

É por isso que estamos intensificando o trabalho de integração entre associados, seguradoras, transportadoras, fabricantes e órgãos públicos, criando pontes que transformam concorrentes em parceiros de evolução.

O papel da GRISTEC na construção desse futuro

Como entidade representativa, a GRISTEC continuará sendo a voz do setor nas discussões regulatórias, técnicas e estratégicas. Nosso compromisso é seguir promovendo conhecimento, capacitação e inovação, com foco em:

• Apoiar a adequação ao Estatuto da Segurança Privada, orientando empresas sobre as novas exigências legais e técnicas;
• Estimular o uso de tecnologias emergentes (IA, IoT, blockchain) para aprimorar a rastreabilidade e reduzir fraudes;
• Promover autorregulação e boas práticas, criando padrões de qualidade e ética que valorizem o setor como um todo;
• Incentivar a formação de profissionais especializados, porque o futuro do gerenciamento de riscos será cada vez mais multidisciplinar — envolvendo tecnologia, segurança, logística, análise de dados e inteligência de mercado.

O futuro começa agora

O que o futuro reserva ao rastreamento e ao gerenciamento de riscos?
Mais tecnologia, mais integração e, sobretudo, mais responsabilidade compartilhada.

As empresas que compreenderem que inovação e ética caminham juntas serão protagonistas. As que ficarem presas ao passado, sem investir em profissionalização, padronização e tecnologia, terão cada vez menos espaço.

O futuro do nosso setor está em construção — e cada decisão tomada hoje definirá o quanto estaremos preparados para os desafios de amanhã.

Na GRISTEC, acreditamos que o futuro não é uma aposta: é um compromisso.
Um compromisso com a segurança, com a inovação e com o desenvolvimento de um Brasil mais protegido, competitivo e conectado.

Sobre Bruna Medeiros, Presidente da GRISTEC: Desde 2008 na Trans Sat Gerenciamento de Risco, em São José do Rio Preto, empresa criada por sua mãe, Rosângela Medeiros, em 2000. 

No decorrer dos anos, Bruna passou por todas as áreas da empresa, o que trouxe muito conhecimento sobre as necessidades do mercado brasileiro de transporte de cargas e logística e, principalmente, sobre gerenciamento de riscos e seus desafios.

Assim, com o desejo de tornar o segmento mais forte e contribuir com a organização do setor para um mercado mais equilibrado e justo, Bruna passou a parte da GRISTEC, como Diretora de Gerenciamento de Riscos.

Em 2021, foi eleita presidente da entidade, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua do setor como um todo, sempre com foco em contribuir para o desenvolvimento e segurança de nosso país.

Sobre a GRISTEC: A GRISTEC, Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento, é uma entidade patronal, fundada em 2005. Reúne empresas do setor de gerenciamento de riscos, rastreamento e telemetria, em todo o Brasil.